As redes sociais são sistemas que funcionam com o primado fundamental da interacção social, ou seja, a procura da ligação entre pessoas e a tentativa de proporcionar comunicação entre elas, partindo do princípio que têm a mesma área de interesse.
De forma a garantir a educação de base para todos, com o objectivo de combater o insucesso escolar apostou-se na criação de redes sociais que não são mais do que redes de comunicação que permitem a partilha de ideias entre pessoas com interesses, objectivos e valores em comum. É uma forma de representação dos relacionamentos afectivos entre as pessoas e grupos com os mesmos interesses.
A análise das redes sociais centraliza-se nas relações existentes entre entidades sociais e permite a possibilidade de serem aplicadas ao ensino presencial, à distância e distribuído. As plataformas de e-Learning facilitam a aplicação de práticas pedagógicas, mas não fomentam a identificação de redes sociais. No processo ensino-aprendizagem, o mais importante é a forma de ensinar e os percursos que o aluno realiza para a construção do seu conhecimento. O professor aparece como um agente de mudança fundamental, uma vez que tem um papel de animador e dinamizador de novas estratégias que irão permitir melhorar e actualizar os processos de aprendizagem.
O estudo de redes sociais abrange teorias, modelos e aplicações que são referidas em termos de conceitos ou processos relacionais. Em redes sociais o principal foco de análise está nas relações que existem entre as entidades, em prejuízo dos atributos particulares.
O ensino à distância é um modelo educativo que facilita a aprendizagem sem limite de tempo ou espaço uma vez que se pressupõe haver uma separação entre professor e aluno e a utilização das tecnologias como ferramenta essencial.
Estas redes mostram os indivíduos enquanto perfis e é possível perceber as suas ligações directas (amigos) e indirectas (amigos dos amigos), bem como as organizações sob a forma de comunidades. Além disso, existem ferramentas de interacção variadas, tais como sistemas de fóruns para comunidades, envio de mensagens para cada perfil, envio de mensagens para comunidades, amigos e amigos de amigos.
Segundo as nossas pesquisas, quantas mais pessoas aderirem a estas redes, ou melhor quantos mais amigos, mais qualificações se recebe na plataforma. Por este motivo existe um interesse muito grande na popularidade, conseguida através de um número de amigos cada vez maior. Contudo, nem todos esses amigos são realmente "amigos", porque é possível acrescentar quem se deseja como amigo sem que exista qualquer tipo de interacção social entre os envolvidos. Basta fazer o pedido e a outra parte aceitar, numa relação puramente aditiva, como acontece no Hi5 ou no Facebook.
Todavia, as redes sociais são utilizadas também por pessoas que lhe pretendem dar um sentido realmente construtivo, académico ou profissional, adequando esta tecnologia às suas necessidades, de forma a criarem uma comunidade com um interesse comum, onde se podem destacar os seguintes pontos:
a) Informação – O acesso à informação acontece de forma mais rápida e fácil. É possível obter informações de qualidade e debates interessantes. Tópicos que contêm debates sobre aspectos diversos da temática comum, bem como dicas de artigos e leituras, são habituais e têm grande participação.
b) Possibilidade de relacionar-se com pessoas com os mesmos interesses – A maioria das pessoas não se preocupa em dar-se a conhecer ou mesmo de estabelecer relações sociais com desconhecidos, pelo menos se a comunidade for de grandes proporções que diminui a possibilidade de laços mais fortes entre os seus associados, mas se a comunidade sentir confiança na rede, pode existir de facto um real relacionamento, mais de objectivos e ideais (profissionais e académicos) do que pessoais entre os utilizadores.
c) Empenho para solucionar os problemas do grupo – Um outro aspecto interessante da comunidade é o empenho dos membros em construir soluções para as dificuldades da comunidade. Esta ajuda mútua aumenta o nível de confiança entre os membros da “instituição” e as redes sociais de forma a ampliar a acção colectiva, além de ampliar a cooperação entre todos.
Este aspecto pode e deve ser, no nosso entender, aproveitado e rentabilizado pelas instituições de ensino, de forma a promover a discussão saudável de temas, não só a nível nacional mas também com instituições estrangeiras. Devido ao facto de as redes sociais serem bastante abrangentes podem ser subdivididas em três vertentes:
1. Rede Social Primária – Composta por pessoas com relações estabelecidas durante a vida quotidiana;
2. Rede Social Secundária – Formada por profissionais de instituições públicas e/ou privadas, de modo a fornecer atenção, orientação e informação;
3. Rede Social Intermediária – Constituída por pessoas de uma área especializada, que têm como missão a prevenção e o apoio.
As redes sociais, hoje em dia, estão divulgadas mundialmente, podendo todas as pessoas ou quase todas elas, já terem entrado numa rede social ou mesmo “passado” por uma.
Existem vários tipos de redes sociais, relacionadas com temáticas/assuntos também bem variados, como a música (Last.FM, Deezer), os vídeos (Youtube, AcoresTube, Belacena), as séries (MyTVShows), os favoritos/bookmarks (Delicious, Magnólia), alguns generalistas (AzoresLink, Hi5, Orkut, Facebook, SecondLife), de Microblogging (Twitter), relativos à profissão (LinkedIn, Xing), ou à fotografia (Flickr, Olhares).
No entanto, as redes sociais não trazem apenas vantagens para a nossa sociedade, mas também alguns inconvenientes. De facto, podem trazer muitos perigos a nossa vida pessoal, porque temos muita informação pessoal que poderá ser visualizada por muitas pessoas, com a nossa autorização ou mesmo sem ela. Hoje em dia cerca de 70% a 80% da população que utiliza as redes sociais utiliza as informações pessoais verdadeiras, demonstrando, assim, a sua vida pessoal em público, o que pode prejudicar a vida de uma pessoa. Se essa mesma pessoa tiver sempre a mesma rotina diária, por exemplo, poderá vir a ter fãs menos desejados, que poderão prejudicar dessa pessoa directamente ou indirectamente.
Apesar destes riscos as principais redes sociais possuem algumas opções que podem ser activadas na sua conta, como o perfil privado (impede que pessoas que não estão na sua rede vejam os seus dados pessoais), o álbum de fotos restrito (poderá escolher quem deseja que visualize as suas fotografias), as notificações por correio electrónico (pode impedir que seja notificado por correio electrónico sempre que alguém enviar um comentário), ou reportar mau comportamento ou denunciar perfil falso (um administrador da rede social irá investigar o caso e o utilizador que criou o perfil poderá ver a sua conta banida de forma permanentemente).
Segundo uma notícia publicada no Diário de Noticias na Internet seja por razões profissionais ou de lazer, a verdade é que a adesão dos portugueses às redes sociais coloca o nosso país no 3.º posto no ranking europeu de utilizadores, segundo a ComScore, enquanto a Marktest contabiliza 2,5 milhões de adeptos em 2008, com o Hi5 no topo das preferências
Por: André Maia, António Atalaia e Marco Marques (CLC)